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O Papa Francisco anunciou nesta segunda-feira (4) que os arquivos secretos do Vaticano sobre o pontificado de Pio XII, que inclui o período da Segunda Guerra Mundial, serão abertos e divulgados em março de 2020. Os arquivos são mantidos em segredo desde 1939 e sua abertura é uma reivindicação antiga de muitos grupos judaicos.
"A abertura dos arquivos que revelarão a verdade sobre a postura do Vaticano durante a Segunda Guerra Mundial é uma atitude imprescindível para o avanço do diálogo entre a Igreja e a comunidade judaica", afirmou o rabino Michel Schlesinger, representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso.
Também o Comitê Judaico Americano (AJC, na sigla em inglês), uma das maiores organizações judaicas dos Estados Unidos, celebrou a abertura dos arquivos anunciada pelo Vaticano e classificou a decisão como um gesto "imensamente importante para as relações judaico-católicas".
"Por mais de 30 anos, o AJC pediu a abertura completa dos arquivos secretos do Papa Pio XII para esclarecer suas atividades como pontífice durante a Segunda Guerra Mundial", disse a organização em comunicado.
"A Igreja não tem medo da História - disse o papa. "Assumo esta decisão certo de que a pesquisa histórica séria e objetiva saberá avaliar, sob a luz da Justiça, com as críticas apropriadas, os momentos de exaltação deste Papa e, sem dúvida, também, os momentos de sérias dificuldades, decisões atormentadas, prudência humana e cristã".
De acordo com Francisco, as decisões de Pio XII "poderão parecer para alguns como uma relutância, mas foram, de fato, tentativas (...) de manter, em tempos de profunda escuridão e crueldade, a pequena chama de iniciativas humanitárias, da diplomacia oculta, mas ativa".
Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli foi escolhido pontífice em 2 de março de 1939 e comandou a Igreja Católica até 9 de outubro de 1958, data de sua morte. Para muitos judeus, o pontífice fechou os olhos para o Holocausto ao não rechaçar energicamente o que estava acontecendo. O Vaticano, entretanto, afirma que Pio XII agiu nos bastidores para salvar os judeus e não piorar a situação. Os arquivos serão divulgados no próximo aniversário de sua eleição, em 2020.
No passado, diferentes associações e o Comitê Judaico Internacional para as Consultas Inter-religiosas solicitaram o acesso aos arquivos do Vaticano, especialmente após o início do processo de beatificação de Pio XII. Muitos o criticaram, alegando que ele se omitiu diante dos crimes do nazismo, quando a poucos metros do Vaticano, em 1943, 1.022 pessoas foram deportadas para Auschwitz.
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A Universidade Hebraica de Jerusalém (UHJ) revelou nesta quarta-feira (6) 110 manuscritos - a maioria inéditos - do cientista alemão Albert Einstein, um dos fundadores da instituição. Os documentos originais, escritos à mão e amarelados pelo tempo, ajudam a revelar um pouco mais do homem responsável pela Teoria da Relatividade e ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1921.
O acervo contém documentos matemáticos e cartas pessoais. Uma delas, de 1935, foi enviada a seu filho, Hans Albert, que vivia na Suíça na época. Nela, Einstein expressa sua preocupação com a deterioração da situação na Europa e a ascensão do partido nazista na Alemanha - ele deixara o país natal naquele ano por causa da ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, mas ainda assim se mostra um tanto otimista:
"Li com certa apreensão que há um grande movimento na Suíça instigado pelos bandidos alemães. Mas eu acredito que, mesmo na Alemanha, as coisas estão lentamente mudando. Esperaremos apenas que não tenhamos uma guerra na Europa. (...) O armamento alemão deve ser extremamente perigoso, mas o resto da Europa está agora começando a levar a coisa a sério, especialmente os britânicos".
No início da carta, Einstein se desculpa por não ter respondido a uma mensagem anterior. Diz que estava "tanto nas garras do demônio matemático" que não conseguia escrever nada pessoal. "Estou perseguindo metas sem esperança e minha cabeça não está boa para nada de natureza contemplativa".
Também há quatro correspondências ao amigo e colega cientista suíço-italiano Michele Besso. Três das cartas de 1916 se referem à ideia de Einstein sobre a absorção e emissão de luz pelos átomos. Mais tarde, essa ideia se tornaria a base da tecnologia do laser. Na quarta carta, Einstein confessa que, após 50 anos de reflexão, "ainda não chegou perto" de compreender plenamente a natureza das partículas de luz.
As cartas para Besso também contêm comentários espirituosos e pessoais sobre assuntos de família e sobre a identidade judaica. Besso era de família judia sefaradita e demonstrava interesse na língua hebraica, mas se converteu ao cristianismo.
"Você certamente não irá para o inferno, mesmo que tenha sido batizado", escreveu Einstein ao amigo em 1951. "Como goy (não judeu), você não é obrigado a aprender a linguagem de nossos pais, enquanto eu, como um 'santo judeu', tenho que me sentir envergonhado com o fato de não saber quase nada. Mas prefiro me sentir envergonhado do que aprender [hebraico]".
"Cada uma das quatro cartas pessoais de Einstein é uma joia", disse o professor Hanoch Gutfreund, diretor acadêmico dos Arquivos Einstein, à agência Reuters. "Em cada carta eles se referem a algo científico mas sempre compartilham algo pessoal sobre suas famílias e fazem muitas vezes comentários sobre sua identidade judaica".
A maioria dos documentos (84) contém estudos matemáticos de 1944 a 1948. Os Arquivos Albert Einstein trabalhou com a professora Diana Kormos-Buchwald, do Projeto Einstein Papers, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), para decifrar os contextos científicos e matemáticos dos textos.
Uma dessas joias é um apêndice manuscrito e inédito de um artigo científico sobre a Teoria Unificada que Einstein apresentou à Academia Prussiana de Ciências, em 1930. O artigo foi um dos muitos nas tentativas de Einstein de unificar as forças da natureza em uma única teoria, um esforço ao qual ele dedicou os últimos 30 anos de sua vida. Acreditava-se até há pouco que o apêndice estava perdido.
Einstein deixou seus escritos pessoais e científicos à Universidade Hebraica após sua morte, em 1955. Os Arquivos Albert Einstein contêm cerca de 82 mil itens, incluindo manuscritos, correspondências, fotografias e diplomas (Daniela Kresch, Folha de S.Paulo).
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SpaceIL/IAI
A nave espacial israelense Beresheet enviou foto nesta terça-feira (5), tirada com a sua 'câmera selfie' exibindo a bandeira de Israel a uma distância de 23.000 milhas da Terra.
Uma placa instalada no exterior do módulo lunar mostra a bandeira nacional de Israel, bem como a frase "Am Yisrael Chai" (o povo de Israel vive) e "país pequeno, grandes sonhos".
A foto foi tirada durante um giro lento da aeronave, com a Austrália visível no fundo.
A foto foi enviada depois de uma falha no computador da nave que causou preocupação na semana passada.
O computador se reiniciou automaticamente, perdendo uma importante manobra, mas o sistema de controle da Terra conseguiu reativar o motor principal da espaçonave por quatro minutos, colocando-a em uma nova órbita que a levará a uma distância de 131 mil quilômetros da Terra. A próxima manobra está marcada para esta semana.
Beresheet, que significa "Genesis" em hebraico, foi lançada do Cabo Canaveral no topo de um foguete Falcon 9 da empresa SpaceX, com sede nos EUA, pertencente ao empresário Elon Musk.
Se for bem-sucedida, a Beresheet alcançará dois feitos históricos: será o primeiro pouso na Lua de uma nave financiada pelo setor privado e o primeiro de uma aeronave israelense.
A nave também quebrou um recorde de velocidade, disse Opher Doron, gerente geral da divisão espacial da Israel Aerospace Industries.
A Beresheet, quase do tamanho de uma máquina de lavar louças, vai dar a volta na Terra em manobras circulares até ser atraída pela gravidade lunar e entrar em órbita ao redor da lua. O pouso está previsto para 11 de abril no Mar da Serenidade.
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"É tradição. Antes das eleições gerais em Israel, os estudantes da Escola de Ensino Médio Blich, em Ramat Gan (vizinha a Tel Aviv), vão às urnas numa votação simulada. O resultado é visto como prenúncio do desfecho nas urnas verdadeiras.
Em 1977, previram a surpreendente vitória do então novato partido de direita Likud (União). Em 1992, anteciparam a volta do Partido Trabalhista, com Yitzhak Rabin.
Neste ano, os votos da Escola Blich apontam para uma possível derrota do atual premiê, Binyamin Netanyahu, há 10 anos no cargo.
Em primeiro lugar, com incríveis 47%, ficou a legenda de centro Kahol Lavan (Azul e Branco), do general da reserva Binyamin "Benny" Gantz e do ex-âncora de TV Yair Lapid. O Likud de Netanyahu recebeu menos da metade (21%) dos votos.
A votação na Blich aconteceu na terça-feira (5), cinco dias depois do anúncio que pode selar o fim da era Netanyahu.
Um mês e meio antes das eleições gerais de 9 de abril, o procurador-geral da Justiça de Israel, Avichai Mandelblit, enviou uma carta de 55 páginas a Netanyahu informando que pretende indiciá-lo em três casos de suborno, fraude e quebra de confiança.
Netanyahu nega as denúncias e precisa agora apresentar seus argumentos antes de o indiciamento ser fechado (o que só acontecerá depois das eleições).
O premiê afirma que está sendo perseguido pela oposição, que pressionou o procurador-geral para, em suas palavras, "derrubar o governo de direta do poder".
A influência eleitoral do anúncio do procurador-geral foram rapidamente evidenciadas pelas primeiras pesquisas. O Likud, de Netanyahu, perdeu pontos em todas elas.
De acordo com o Canal 13 da TV local, Gantz e Lapid venceriam, se a votação fosse hoje, com 36 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento). O Likud manteria suas atuais 30 cadeiras, mas ficaria em segundo lugar.
Isso não quer dizer que Netanyahu não consiga retornar ao cargo de premiê. Em Israel, o que vale são as coalizões (Daniela Kresch, Folha de S.Paulo).
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O Carnaval da cidade belga de Aalst, - classificado pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade - incluiu um carro alegórico com caricaturas de judeus ortodoxos junto com ratazanas carregando sacos de dinheiro e pessoas com trajes da organização racista americana Ku Klux Klan. O "festival de ódio" foi condenado pela Comissão Europeia.
Hate fest (festival de ódio) foi o título escolhido pela conta de Twitter Breaking 911 para divulgar o Carnaval de Aalst. "A parada incluiu caricaturas antissemitas de judeus ortodoxos sentados em sacos de dinheiro e acompanhados de uma ratazana, homens com trajes da KKK e pessoas com black face - com rosto pintado de cor escura para parecerem negros -, enquanto milhares aplaudiam e riam", diz a publicação.
"A representação de judeus ortodoxos trouxe de volta memórias dos folhetos de propaganda nazista e de publicações como o Der Stürmer - tabloide alemão semanal publicado de 1923 a 1945, conhecido pelo antissemitismo e pela propaganda nazista - dos anos 1930", disseram ao jornal belga alguns espectadores.
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Culpado ou inocente? O jihadista francês Mehdi Nemmouche, acusado pelo assassinato de quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas, em 2014, deve ter sentença divulgada nesta quinta-feira, após dois meses de julgamento sobre o massacre que comoveu o mundo.
Se os 12 membros do júri popular e os três juízes acompanharem o pedido da promotoria e considerarem Nemmouche culpado de "assassinatos terroristas", ele pode ser condenado à prisão perpétua - a pena deve ser divulgada provavelmente nesta sexta-feira (8).
O veredicto é aguardado para esta quinta-feira, até o final do dia, informou a Procuradoria Federal.
Mehdi Nemmouche, que retornou da Síria após se radicalizar, nega ter sido o autor dos assassinatos a sangue frio cometidos em menos de um minuto e meio e afirma que caiu em uma "armadilha", uma tese apresentada pelos advogados de defesa, mas considerada pouco consistente para as demais partes no processo.
Para seus advogados, o massacre não foi um atentado do grupo Estado Islâmico (EI), e sim uma "execução seletiva de agentes do Mossad", o serviço secreto israelense, na qual supostos agentes libaneses ou iranianos teriam envolvido o acusado.
A tese do Mossad aponta diretamente para o casal israelense formado por Miriam e Emmanuel Riva, as duas primeiras vítimas do ataque, um argumento que revoltou os advogados da família dos turistas israelenses mortos no ataque.
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Eles foram criados na Síria, no Afeganistão e na Somália e são capazes de identificar Israel em um mapa, mas muitos dos jovens refugiados na Suécia nunca ouviram falar do Holocausto. "Os estudantes assediavam um dos meus professores. Ele é judeu e zombavam dele constantemente", diz Nergis Resne, 19 anos, de pais turcomanos. Resne é integrante da associação Jovens Contra o Antissemitismo e a Xenofobia, em Malmö, cidade ao sul da Suécia, onde uma em cada três pessoas é imigrante. Apesar de sofrer ameaças pela internet, ela organiza eventos para sensibilizar os jovens sobre o genocídio dos judeus. "Alguns deles vêm de ditaduras, zonas de guerra, com opiniões antissemitas, homofóbicas e contra as mulheres", explica Siavosh Derakhti, o fundador da organização Jovens Contra o Antissemitismo e a Xenofobia.
Pelo seu ativismo social, em 2013 o iraniano de 27 anos ganhou do governo sueco o prêmio Raoul Wallenberg, que homenageia o homem de negócios que ajudou milhares de judeus na Hungria ocupada pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial.
Segundo Derakhti, os professores da Suécia têm que lidar com preconceitos e notícias falsas. Levantamento recente feito pela fundação Expo, criada pelo falecido escritor Stieg Larson, mostrou que nove de cada dez docentes, de uma amostra de cem, declararam se deparar com teorias conspiratórias, a exemplo de uma que diz que os judeus controlam o mundo e que o Holocausto não aconteceu. A Expo também publicou há pouco um manual para ajudar os professores a combaterem o antissemitismo.
De acordo com relatório de 2016 do Conselho de Prevenção da Delinquência sueco, 3% dos crimes de motivação religiosa, étnica, política ou sexual são de caráter antissemita. Entre os 10 milhões de habitantes da Suécia, são estimados entre 15 e 20 mil judeus.
Nos processos registrados pela polícia, no entanto, não há aumento significativo de atos antissemitas, apesar de o país ter recebido 400 mil migrantes desde 2014. Em 2016, os crimes islamofóbicos declarados foram muito mais numerosos (mais que o dobro) e as mesquitas e centros de requerentes de asilo foram alvo de ataques.
Por prudência, "muitos judeus optaram por manter a discrição no espaço público". "Por exemplo, às vezes escondem um pingente com a Estrela de David sob a camisa", diz o porta-voz dos judeus de Malmö, Fredrik Sieradzki.
Malmö pleiteia sediar uma conferência internacional sobre o Holocausto no ano que vem, em homenagem ao 75º aniversário de libertação de milhares de judeus de campos de concentração nazistas. O país também deve destinar fundos para que jovens visitem memoriais do genocídio na Europa, e estabelecer um museu nacional do Holocausto.
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Deutsche Welle
O "escape game" sobre o Holocausto é um dos oito jogos oferecidos pela empresa Great Escape. É anunciado pela companhia como "uma das mais emocionantes salas de fuga".
Contactados por telefone, funcionários da empresa em Salonica se recusaram a comentar a polêmica. Representantes da companhia em Atenas, por sua vez, insistiram que o jogo não tem qualquer ligação com o Holocausto.
Pessoas que já participaram do jogo se recusaram a comentá-lo. Contudo, eles não pareciam estar preocupados com o impacto que o empreendimento poderia ter num país com fortes traços de antissemitismo.
Em vez disso, comentários publicados no site da companhia e no portal de viagens TripAdvisor mostraram centenas de pessoas classificando-o como uma "excelente" experiência. Um internauta o descreveu como "uma aventura inegavelmente divertida".
"A empresa pode ter renomeado o jogo, mas manteve-o funcionando", afirmou uma autoridade do Conselho Central de Comunidades Judaicas da Grécia, sob condição de anonimato. Não está claro, contudo, se a sala realmente ainda está aberta.
Não é a primeira vez que um "escape game" evoca o Holocausto. Em 2016, uma empresa holandesa se baseou num dos episódios mais sombrios da história do mundo para criar uma sala inspirada no bunker da Anne Frank, local onde a adolescente judia ficou escondida com sua família em Amsterdã antes de ser pega pelas forças nazistas e levada a um campo de extermínio.
Em 2017, o conselho judaico grego protestou contra "Auschwitz", outro "escape game" que, dessa vez, levou jogadores a um campo de concentração em Galatsi, nos arredores de Atenas.
As reações de judeus a jogos temáticos do Holocausto ganharam pouco impulso na Grécia, onde um dos grupos neonazistas mais violentos da Europa, o Golden Dawn, recebe regularmente cerca de 8% dos votos do país e é considerado o terceiro maior partido político.
"Isso tudo é realmente infeliz", diz Eliezer, vice-presidente do conselho.
"Mas é um aviso: promover o Holocausto e a memória daqueles que pereceram abre um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade. Somos obrigados a impedir que isso aconteça novamente".
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Fotos de adolescentes em uma cidade da Califórnia fazendo a saudação nazista diante de uma cruz suástica feita de copos de plástico causou indignação nos Estados Unidos. O escândalo ocorreu no fim de semana, depois que as fotos tiradas em uma festa com estudantes da escola secundária de Newport Beach começaram a circular nas mídias sociais. "Fiquei enojada quando soube da história", afirmou a vice-presidente do distrito escolar Martha Fluor. "É desolador que estudantes que recebem instrução de alta qualidade tenham este tipo de comportamento". Ela assinalou que a escola trabalha com as autoridades locais para decidir quais serão as ações disciplinares.
"Este é um assunto que levamos muito a sério. Fizemos uma reunião na escola Newport Harbor, onde alguns estudantes que foram à festa leram cartas com pedidos de desculpas, enquanto que os pais, outros alunos e líderes comunitários expressaram sua repulsa.
Fluor assinalou ainda que ao menos dois dos estudantes envolvidos na festa eram judeus, e claramente não entenderam a gravidade da questão. O caso acontece em meio a um aumento de episódios de antissemitismo nos Estados Unidos. A Liga Antidifamação reportou uma alta de 50% nesses episódios entre 2016 e 2017, muitos ocorridos em escolas ou universidades.
"Os estudantes leem sobre o Holocausto nos livros, mas parecem que isso não é suficiente", afirmou a diretora. "O dilema que enfrentamos é sobre como fazer com que os alunos entendam que essas ações causam muita dor e sofrimento".
O rabino Abraham Cooper, decano associado do centro Simon Wiesenthal de Los Angeles, afirmou que o escândalo na escola de Newport Beach deve servir de alerta para o fato de que mesmo estados progressistas como a Califórnia não estão imunes ao racismo e intolerância.
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A Comissão de Direitos Humanos do Reino Unido pode abrir uma sindicância no Partido Trabalhista por denúncias de antissemitismo feitas por deputados que deixaram o grupo no mês passado, segundo afirmou um legislador próximo ao líder Jeremy Corbyn. Segundo a fonte, a comissão quer, antes, ouvir o depoimento dos nove deputados que deixaram o partido apontando o líder Jeremy Corbyn como o responsável pelo antissemitismo nas fileiras da agremiação.
A saída do grupo de parlamentares sublinha a frustração crescente com a relutância de Corbyn em mudar a estratégia do partido e adotar a definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Recordação do Holocausto (IHRA).
"O Partido Trabalhista ao qual nos filiamos, pelo qual fizemos campanha e no qual acreditávamos não é mais o Partido Trabalhista de hoje. Fizemos tudo que podíamos para salvá-lo, mas ele foi sequestrado pela política de maquinações da extrema-esquerda", disse a parlamentar Chris Leslie em coletiva de imprensa.
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Sem avisar a seus seguidores ou mesmo a seu círculo mais próximo, o antigo presidente de um grupo neonazista transmitiu o controle deste a um ativista dos direitos civis dos negros, da Califórnia.
James Hart Stern, 54, com um histórico de se infiltrar em grupos "supremacistas" brancos, é o novo líder do Movimento Nacional Socialista (NSM na sigla em inglês). E sua primeira medida como presidente foi tratar de um processo legal pendente contra o grupo neonazista, pedindo que um juiz da Virgínia o declarasse culpado de conspirar para cometer violência e o comício mortífero da Direita Unida em Charlottesville, nesse Estado, em 2017.
Agora ele pretende transformar o site do grupo de ódio em um espaço para aulas sobre a história do Holocausto.
"Fiz a parte difícil e perigosa", disse Stern ao Washington Post em sua primeira entrevista depois que assumiu a chefia do movimento. "Sendo um homem negro, dominei um grupo de neonazistas e os enganei".
Durante semanas, a repentina mudança de poder confundiu os que estudam grupos de ódio e deixou perplexos os membros da organização, que nada ouviram do homem que liderou o grupo sediado em Detroit durante 24 anos, Jeff Schoep.
Ele ainda não falou em público sobre a confusão, mas Stern está finalmente preenchendo as lacunas. Na sexta-feira (1), o ativista compartilhou toda a história de sua pouco convencional ascensão ao poder - um episódio "histórico", disse ele, que inclui infiltração, persuasão e um toque de manipulação.
Há um motivo, disse ele, para que algumas pessoas o chamem de "o encantador da raça".
Para compreender como Stern chegou a dominar a organização de Schoep, é preciso primeiro entender como o neonazista de Michigan conheceu o ativista da Califórnia.
Stern passou um período preso no Mississipi por fraude postal, e formou um relacionamento com seu companheiro de cela e antigo grão-mestre da Ku Klux Klan Edgar Ray Killen. O líder da KKK havia sido condenado no caso "Mississipi em Chamas", o assassinato de três ativistas de direitos civis. Embora Killen habitualmente chamasse Stern com insultos raciais, acabou dando ao companheiro de cela uma 'procuração' sobre a história de sua vida e seus bens materiais.
Stern saiu da prisão sob liberdade condicional em 2011, e em 2016 usou sua capacidade como advogado para dissolver a organização racista que Killen dirigia.
Essa foi sua primeira infiltração de sucesso - e a lenda da relação de Stern com o líder da KKK foi o que primeiro atraiu Schoep (Katie Mettler, WPost/Folha de S.Paulo).
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AFP
A decisão de líderes democratas na Câmara de realizar votação sobre uma resolução antissemita, que indiretamente repreende um de seus membros, Ilhan Omar, causou a ira de aliados da deputada, e pode abrir um racha geracional no partido. O nome da novata de Minnesota não aparece na resolução, que poderia ir ao plenário da Câmara ainda hoje, mas denuncia antissemitismo descrevendo clichês semelhantes a alguns que ela invocou. Omar pediu desculpas por alguns de seus comentários controversos e defendeu outros. "Sou lembrada todos os dias que sou antiamericana se não sou pró-Israel. Acho que isso é problemático, mas não estou sozinha", escreveu em um tweet de 3 de março.
O fato de a resolução não se referir especificamente a Omar não foi o suficiente para acalmar seus partidários entre os progressistas, incluindo a também novata Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, que disse que há exemplos muito piores de comportamento ofensivo no Congresso. Em alguns casos, os defensores de Omar levantam a questão subjacente, de que os laços históricos entre os EUA e Israel deveriam ser reexaminados.
A resolução corre o risco de criar uma nova tensão entre a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e os congressistas novatos que até agora têm apoiado sua estratégia de liderança e sua agenda. O debate expôs uma divisão entre democratas mais antigos, que criticaram duramente Omar, e alguns jovens progressistas em um grupo historicamente diverso de legisladores. As diferenças desafiam a unidade que Pelosi citou como o maior trunfo do partido ao estabelecer uma agenda ousada para a maioria na Câmara.
A votação foi inicialmente marcada para esta quarta-feira (6), mas acabou adiada enquanto líderes da Câmara finalizavam o texto. Questionada na terça-feira (5) sobre a data da votação e o teor da medida, Pelosi disse que "o Congresso está trabalhando nesse sentido". Ela afirmou ainda que se encontrou pessoalmente com Omar para discutir suas declarações (Anna Edgerton, Bloomberg/O Globo).
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Conib
A StandWithUs Brasil participou, em Los Angeles, da conferência Israel in Focus, realizada pela StandWithUs internacional. Estiveram presentes 500 jovens de vários estados americanos e de países como Canadá, Alemanha e Reino Unido.
A delegação brasileira foi a única representante da América Latina. Na foto: Patrick Karniol Lambert, assessor político do Consulado Geral de Israel em São Paulo, Julia Serruya, estudante de direito na Universidade Estadual de Manaus, Cristina Cheinquer, estudante de medicina na Unisinos, em Porto Alegre, Hanna Rosenbaum, coordenadora digital da SWU Brasil, André Lajst, diretor executivo da SWU Brasil, que também participou como palestrante do evento, Erick Servulo, estudante de Relações Internacionais da Unip, em São Paulo, e Sabrina Abreu, coordenadora de comunicação na SWU Brasil.
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